quarta-feira, 2 de abril de 2014
Para comemorar o golpe, governo catarinense demite professores!
Por Eduardo Perondi
No dia em que demos uma aula sobre os 50 anos do golpe civil-militar no meio da rua, o governador Raimundo Colombo brinda a ditadura.
Não bastava ter enviado dois interventores para administrar a escola e tentar desmobilizar a comunidade, era preciso dar um golpe contra os educadores. Puniram todos da escola com faltas sem justificativa. Apesar de todos estarem trabalhando. A escola está sem aulas porque pais e alunos decidiram em várias assembleias não iniciar o ano letivo sem condições dignas e vagas para todos.
Os professores acataram essa decisão e agora sofrem um duro golpe. Começaram pelos mais frágeis, como sempre. Os temporários (ACT’s), que possuem um vínculo descartável com a educação. Só servem se estiverem dentro da sala de aula, e quando estas terminam são chutados. Não podem reclamar, nem de ter que mendigar vagas todo ano em sessões humilhantes nem da possibilidade de serem exonerados a qualquer momento durante o ano. Quando há paralisação, sofrem com assédio moral, ameaças e demissões. É o que ocorre na nossa escola. Também exoneraram professores que completavam carga horária na escola.
Os professores efetivos têm um pouco mais de proteção jurídica, mas provavelmente já estão sofrendo processos administrativos para também serem demitidos. A escola, que está sem funcionar porque o governo enrola há 4 anos para entregar o prédio novo, está ficando também sem seus professores.
Mas ainda possui muitos pais e alunos. E o governador Raimundo Colombo não tem como demiti-los. Estes têm dado um lindo exemplo de luta pelo direito à educação. Têm se negado a aceitar promessas, maquiagens e migalhas de um governo omisso e mentiroso. Os pais que se recusaram a mandar seus filhos para a escola abandonada (mesmo quando os interventores ligaram e divulgaram mentirosamente que estava tendo aula) não vão admitir que os professores sejam culpados por defender os interesses de seus filhos. Os estudantes irão novamente para a rua porque sabem quem está do seu lado e que o governo é o responsável pela precariedade da educação que recebem.
Não é apenas ironia da história que fosse justo no dia da ditadura. Assim como os brasileiros recordam do golpe dado por militares a mando de grandes empresários em 1964, o governo de Santa Catarina também faz questão de lembrar a data. E o faz através da repetição da repressão. Não deixaremos passar todo esse autoritarismo Sr. Raimundo Colombo!
A lição que fica, passados 50 anos do golpe, é de que a democracia quando exercida de fato pela população se torna um problema. Para o governo, torna-se uma impossibilidade. Mas é aí mesmo que fica evidente o quanto ela é importante.
Pela imediata readmissão dos professores!
Fora interventores!
A comunidade decide!
sexta-feira, 28 de março de 2014
Nota Pública: a comunidade não aceita mais promessa
Mais uma assembleia, a segunda em um mês e a terceira significativa. Dessa vez, mais de 300 pessoas. Em pauta, novamente as condições para o início do ano letivo na EEM João Gonçalves Pinheiro, calendário escolar, intervenção na escola.
Em fevereiro, a comunidade indignada decidiu não começar as aulas na escola velha, que apresenta problemas estruturais graves e não oferece vagas suficientes para todos os jovens da comunidade – pelo menos 70 adolescentes de 13-15 anos estão matriculados no período noturno (o que é proibido pelo Estatuto da Criança e Adolescente). Alguns ainda aguardam vaga na lista de espera.
O obra da nova escola está 4 anos atrasada. No mês passado, o Secretário da Educação Eduardo Deschamps e o Secretário de Desenvolvimento Regional Clonny Capistrano prometeram a entrega para o dia 20 de Março. Mais uma vez não cumpriram o prazo. O edifício está praticamente concluído, já em melhores condições que o antigo.
Por respeitarem a decisão de pais e alunos, professores têm sido ameaçados de demissão. A direção foi exonerada. Para o seu lugar, a SED enviou dois INTERVENTORES para administrar a escola. Estes têm promovido assédio moral contra os educadores. Ameaçam dar falta para quem não der aulas, proíbem a utilização da secretaria, telefone e equipamentos da escola, estão ligando para a casa dos alunos dizendo que as aulas já começaram, não queriam nem emprestar as cadeiras da escola para a realização da assembleia, dificultando o acesso dos funcionários aos materiais disponíveis para a realizações das práticas pedagógicas.
Após a discussão, a Assembleia deliberou:
1 – pela saída imediata dos interventores;
2 – elegeu uma direção temporária para a escola, composta por professores que atuam há anos nesta unidade e comprometidos em respeitar a decisão comunitária;
3 – decidiu pelo início das aulas na nova escola no dia 1º de Abril;
4 – formou o Conselho Deliberativo da unidade, composto por trabalhadores da escola, pais e alunos.
O governo tem a obrigação de garantir vagas para todos na escola pública. E não pode ser na base do improviso. Os filhos de trabalhadores têm garantia constitucional da qualidade de ensino. Qualidade esta, que não se resume só a questões estruturais, mas, também, a garantia de uma educação fundamentada nos princípios da liberdade, da igualdade e da democracia, estes, caros, para a manutenção de nossa república.
A Comunidade Escolar da EEM João Gonçalves Pinheiro, através de suas virtudes, demonstra como a Escola Pública pode transformar a sociedade de forma significativa. Este exemplo de compartilhamento de poder deve ser incentivado como forma de mobilização da sociedade civil organizada. Ora, o que mais preocupa as aristocracias que se perpetuam no poder desde a época do descobrimento do Brasil são os atos de resistência oriundos das classes periféricas, excluídas e exploradas.
O Movimento extrapolou as barreiras geográficas do Sul da Ilha, não é mais só por um prédio novo, e sim por uma nova forma de pensar a educação pública no Brasil.
Ante o exposto, convocamos todos aqueles que acreditam que a educação é a única forma de libertar o ser humano, a juntar-se a nossa comunidade para multiplicar estas ações de desobediência civil legítima, frente às práticas autoritárias que ainda existem em nossa pseudo-democracia.
FORA INTERVENTORES!
FORA PRÁTICAS FACISTAS E ANTIDEMOCRÁTICAS!
quinta-feira, 27 de março de 2014
Assembleia decide por início das aulas em escola nova no Rio Tavares
Uma assembleia entre pais, alunos e professores da Escola de Ensino Médio João Gonçalves Pinheiro, no Rio Tavares, na noite de terça-feira, decidiu pelo início do ano letivo em 1º de abril, porém na nova Escola Jovem do Sul da Ilha. Cerca de 720 alunos estão sem frequentar aulas em 2014 pois exigem o término da obra que está três anos atrasada.
Na reunião também foram eleitos professores da escola para ocuparem provisoriamente a direção depois que os antigos diretores foram exonerados. A Secretaria de Educação (SED) enviou novos funcionários, porém a comunidade escolar os considera interventores e não aceita a presença deles.
De acordo com o professor Eduardo Perondi, cerca de 300 pais votaram nos nomes de Sandra Sauer, Francisca Sabater e Alceu Azuma, educadores que atuam há anos na instituição:— Vamos fazer o encaminhamento para SED para formalizar as solicitações da comunidade. Foi tudo feito de forma democrática, como resposta ao autoritarismo que vem acontecendo na escola — destacou.
Todos os estudantes, professores e funcionários serão automaticamente transferidos para a nova escola. O prédio onde funciona a EEM João Gonçalves Pinheiro é emprestado pela Prefeitura, e apresenta problemas de infraestrutura.
Um enterro simbólico foi realizado no 18 de março como protesto pela demora. O promotor de Justiça Miguel Luiz Gnigler chegou a visitar a instituição na última sexta-feira e recomendou que as aulas iniciassem no local provisoriamente até que a Escola Jovem Sul da Ilha ficasse pronta, porém os pais optaram por não mandar os filhos.
A Secretaria de Desenvolvimento Regional informou que a Escola Jovem Sul da Ilha será entregue no dia 30 de abril, mas os pais acreditam que já é possível mudar os estudantes para o local no dia 1º. O funcionário público Valmir Freitas, 59, padrasto de um aluno de 14 anos, destaca que três datas de entrega já foram prometidas só neste ano, e se não pressionarem a obra não vai acabar nunca:
— Faltam poucos detalhes, e a maioria na área externa. A escola velha não tem mais condições, e se começar o ano lá vão demorar ainda mais para acabar a outra. Ainda mais que é ano eleitoral, vão querer entregar perto da eleição para fazer política — disse.
Secretário da Educação diz que grupo com postura radical está prejudicando os alunos
Na avaliação do secretário de estado da educação, Eduardo Deschamps, há um pequeno grupo de professores radicais que está influenciando os pais. Ele explica que a escola João Gonçalves está em condições de receber os alunos, que estão sendo os maiores prejudicados sem estudar:
— Estamos abertos ao diálogo, acredito que não há motivo para radicalização, mas estamos acompanhando os fatos para tomar as providências legais se for necessário — disse.
Segundo ele, a Escola Jovem ainda não apresenta condições de segurança para receber a comunidade escolar e a empresa que realiza a obra é responsável pelo acesso à escola. Deschamps garantiu que a conclusão será até 30 de abril.
O secretário destaca que além dos estudantes da João Gonçalves Pinheiro, alunos da Escola Castelo Branco, no Pântano do Sul, também serão transferidos para a nova escola. Todo o processo de transferência e organização serão feitos no mês de abril.
Quanto a eleição realizada na assembleia, ele diz não ter validade, pois não segue a legislação para diretores escola.
Na avaliação do secretário de estado da educação, Eduardo Deschamps, há um pequeno grupo de professores radicais que está influenciando os pais. Ele explica que a escola João Gonçalves está em condições de receber os alunos, que estão sendo os maiores prejudicados sem estudar:
— Estamos abertos ao diálogo, acredito que não há motivo para radicalização, mas estamos acompanhando os fatos para tomar as providências legais se for necessário — disse.
Segundo ele, a Escola Jovem ainda não apresenta condições de segurança para receber a comunidade escolar e a empresa que realiza a obra é responsável pelo acesso à escola. Deschamps garantiu que a conclusão será até 30 de abril.
O secretário destaca que além dos estudantes da João Gonçalves Pinheiro, alunos da Escola Castelo Branco, no Pântano do Sul, também serão transferidos para a nova escola. Todo o processo de transferência e organização serão feitos no mês de abril.
Quanto a eleição realizada na assembleia, ele diz não ter validade, pois não segue a legislação para diretores escola.
quarta-feira, 26 de março de 2014
Carta de uma aluna ao governador
Excelentíssimo governador Raimundo Colombo,
Sou apenas mais uma cidadã do estado onde o senhor governa e por isso o senhor não irá dar valor, ou atenção para oque escrevo aqui, porém a todos que lerem é interessante ressaltar a veracidade das informações descritas logo a seguir. Era moradora do sul da ilha de Florianópolis, nossa bela capital, com lindos pontos turísticos, ótimas instalações para visitantes e péssimas para os jovens que querem estudar. Sou ex aluna da Escola De Ensino Médio João Gonçalves Pinheiro, a mais conhecida pedrita, ou até mesmo podrita. Acredito que assim como todas as vezes que o senhor é abordado pela imprensa quando falado dessa escola, o senhor não irá lembrar dela, porem eu e mais de 600 alunos, que ali estudam, ou então como eu já se formaram conhecem. Nossa situação é insustentável, a escola esta caindo aos pedaços e o dinheiro que o senhor supostamente investiu ali foi desnecessário, pois oque estamos esperando é a escola jovem do sul da ilha de Florianópolis. Pois é, segundo o seu pacto por nosso estado o senhor investiu milhões de reais ali, porem até agora não vejo nada estar pronto. O senhor sabe quando os papeis foram assinados para a escola começar a ser construída? Se não sabe agora irá saber que foi no ano de 2010. Será mesmo que uma obra, que irá substituir uma escola de estrutura precária deveria demorar mais de 4 anos para estar pronta? Não sei o senhor, mas eu ainda estudando meus direitos básicos, e um deles é educação com estrutura de qualidade, porém não é isso oque estou tendo. Não sei onde o senhor estudou, ou qual foi sua educação, mas eu estudei na EEM João Gonçalves Pinheiro, e lá eu aprendi com meus professores a lutar pelos meu direitos, não abaixar a cabeça para um governo oportuno, que se faz de bom em véspera de eleições, aprendi ainda, que com o meu estudo e esforço vou longe, quem sabe um dia eu não chegue a ocupar e não lhe de o verdadeiro exemplo de cidadania e como administrar um estado sem se preocupar apenas com meu próprio bem estar.
Sou apenas mais uma cidadã do estado onde o senhor governa e por isso o senhor não irá dar valor, ou atenção para oque escrevo aqui, porém a todos que lerem é interessante ressaltar a veracidade das informações descritas logo a seguir. Era moradora do sul da ilha de Florianópolis, nossa bela capital, com lindos pontos turísticos, ótimas instalações para visitantes e péssimas para os jovens que querem estudar. Sou ex aluna da Escola De Ensino Médio João Gonçalves Pinheiro, a mais conhecida pedrita, ou até mesmo podrita. Acredito que assim como todas as vezes que o senhor é abordado pela imprensa quando falado dessa escola, o senhor não irá lembrar dela, porem eu e mais de 600 alunos, que ali estudam, ou então como eu já se formaram conhecem. Nossa situação é insustentável, a escola esta caindo aos pedaços e o dinheiro que o senhor supostamente investiu ali foi desnecessário, pois oque estamos esperando é a escola jovem do sul da ilha de Florianópolis. Pois é, segundo o seu pacto por nosso estado o senhor investiu milhões de reais ali, porem até agora não vejo nada estar pronto. O senhor sabe quando os papeis foram assinados para a escola começar a ser construída? Se não sabe agora irá saber que foi no ano de 2010. Será mesmo que uma obra, que irá substituir uma escola de estrutura precária deveria demorar mais de 4 anos para estar pronta? Não sei o senhor, mas eu ainda estudando meus direitos básicos, e um deles é educação com estrutura de qualidade, porém não é isso oque estou tendo. Não sei onde o senhor estudou, ou qual foi sua educação, mas eu estudei na EEM João Gonçalves Pinheiro, e lá eu aprendi com meus professores a lutar pelos meu direitos, não abaixar a cabeça para um governo oportuno, que se faz de bom em véspera de eleições, aprendi ainda, que com o meu estudo e esforço vou longe, quem sabe um dia eu não chegue a ocupar e não lhe de o verdadeiro exemplo de cidadania e como administrar um estado sem se preocupar apenas com meu próprio bem estar.
Atenciosamente,
Ana Paula Camilo
Estudante e cidadã que considera seu governo uma vergonha.
https://www.facebook.com/raimundocolombo/posts/260596640767839
Assembleia decide por início das aulas em escola nova no Rio Tavares
A COMUNIDADE EM DECISÃO HISTÓRICA PARA EDUCAÇÃO DE SANTA CATARINA NA ASSEMBLEIA DECIDIU POR:
1 - REPUDIAR OS INTERVENTORES;
2 - LEGITIMAR COMO DIRETORA GERAL A PROFESSORA SANDRA, E COMO ASSESSORES O PROFESSOR ALCEU E A PROFESSORA FRANCISCA;
3 - E MAIS, INICIAR AS AULAS DIA 1º DE ABRIL NA ESCOLA JOVEM DO SUL DA ILHA, CONFIRMANDO MAIS UMA VEZ A RECUSA DA COMUNIDADE POR INICIAR AS AULAS NA ESCOLA VELHA.
2 - LEGITIMAR COMO DIRETORA GERAL A PROFESSORA SANDRA, E COMO ASSESSORES O PROFESSOR ALCEU E A PROFESSORA FRANCISCA;
3 - E MAIS, INICIAR AS AULAS DIA 1º DE ABRIL NA ESCOLA JOVEM DO SUL DA ILHA, CONFIRMANDO MAIS UMA VEZ A RECUSA DA COMUNIDADE POR INICIAR AS AULAS NA ESCOLA VELHA.
PARABÉNS COMUNIDADE ESCOLAR PELA LIÇÃO DE CIDADANIA!
terça-feira, 25 de março de 2014
Alunos e professores de escola do Sul da Ilha aguardam prédio novo há anos!
Acompanhe a reportagem exibida no dia 24/03:
http://g1.globo.com/sc/santa-catarina/jornal-do-almoco/videos/t/florianopolis/v/alunos-e-professores-de-escola-do-sul-da-ilha-aguardam-predio-novo-ha-anos/3234374/?fb_action_ids=662002730532599&fb_action_types=og.likes&fb_source=other_multiline&action_object_map=[1396228630651554]&action_type_map=[%22og.likes%22]&action_ref_map=[]
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domingo, 23 de março de 2014
Assembléia extraordinária
Pauta da Assembleia:
1 - Data de início das aulas;
2 - Eleição de uma direção temporária para a escola; (por aclamação)
3 - Eleição do Conselho Deliberativo da escola; (por aclamação)
Estudantes, é fundamental a presença de todos. As aulas precisam começar, mas a assembleia decidirá em que condições isso vai ocorrer.
Avisem seus pais, desmarquem outros compromisso. Compareçam.
Estudantes, é fundamental a presença de todos. As aulas precisam começar, mas a assembleia decidirá em que condições isso vai ocorrer.
Avisem seus pais, desmarquem outros compromisso. Compareçam.
Santa Catarina: Estado fora-da-lei viola direito à educação pública
Por Eduardo Perondi*
Em fevereiro, na escola estadual João Gonçalves Pinheiro, diante do descaso e das péssimas condições em que se encontra a instituição, estudantes, pais e professores decidiram em 2 assembleias não iniciar o ano letivo. O problema é agravado porque faltam vagas no ensino médio da grande Florianópolis, sendo que as escolas estão amontoando os estudantes em turmas de até 55 alunos e matriculando alunos de 13-15 anos no período noturno, um crime segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente. Só na nossa escola, são quase 100 adolescentes nessa situação. Ao mesmo tempo, a comunidade aguarda a entrega de uma escola nova, cuja obra está 4 anos atrasada. O prédio velho pertence ao município, que só espera sua devolução para construir ali uma creche. A escola nova está praticamente pronta, mês passado disseram que estaria pronta dia 20/03, mas não é entregue para servir aos objetivos eleitoreiros do governo.
Em fevereiro, na escola estadual João Gonçalves Pinheiro, diante do descaso e das péssimas condições em que se encontra a instituição, estudantes, pais e professores decidiram em 2 assembleias não iniciar o ano letivo. O problema é agravado porque faltam vagas no ensino médio da grande Florianópolis, sendo que as escolas estão amontoando os estudantes em turmas de até 55 alunos e matriculando alunos de 13-15 anos no período noturno, um crime segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente. Só na nossa escola, são quase 100 adolescentes nessa situação. Ao mesmo tempo, a comunidade aguarda a entrega de uma escola nova, cuja obra está 4 anos atrasada. O prédio velho pertence ao município, que só espera sua devolução para construir ali uma creche. A escola nova está praticamente pronta, mês passado disseram que estaria pronta dia 20/03, mas não é entregue para servir aos objetivos eleitoreiros do governo.
A Secretaria de Educação (SED) realizou uma reforminha no prédio velho e tem ameaçado demitir e cortar o salário dos educadores se não iniciarem as aulas. Enviou inclusive um INTERVENTOR para administrar a escola. Prática da ditadura que persiste na educação catarinense até hoje. O interventor foi expulso da escola por pais, alunos e professores, mas continua trabalhando à distância para desmobilizar e desinformar a comunidade. Ele admitiu estar fazendo esse serviço sujo porque pretende ser o diretor da nova escola.
No dia (21/03), recebemos na escola a visita do Promotor do Ministério Público de SC Miguel Luiz Gnigler, acompanhado de pessoas da SED. Ele fez uma vistoria na escola e disse que a mesma estava em condições de iniciar emergencialmente as aulas. Explicamos toda a questão estrutural não resolvida pela reforma, agravada pela falta de vagas e dos alunos matriculados à noite, relatamos que a falta de vagas ocorre em todas as escolas (e que era isso que o MP deveria investigar), que nossa escola nova está 4 anos atrasada (que investigasse isso também), que as aulas estavam suspensas por decisão de assembleia da comunidade, e que estávamos respeitando tal deliberação.
Explicamos que estávamos convocando nova assembleia para a terça-feira, onde a volta às aulas iria novamente ser discutida, convidando-o para se fazer presente na mesma. Ele se negou e disse que não viria “porque não participa de sindicalismo". Disse outras preciosidades: "os pais estão sendo doutrinados", "se os pais tivessem inteligência eles deveriam fazer a manutenção da escola", "os pais que não mandarem os alunos para a escola na segunda responderão por inquérito civil", "eu prefiro 50 alunos com um bom professor na sala do que dois professores medianos em duas salas", "vocês são professores porque escolheram, ninguém obriga ninguém a dar aula", "eu trabalho até embaixo de uma árvore, se não chover”. As frases entre aspas são citações literais.
Todos os professores que estavam presentes ficaram indignados. Respondemos a esse assédio moral absurdo sem perder a razão, ele foi embora puxado pelo braço pelos que o acompanhavam. Revoltados, fomos todos até o Ministério Público, onde fizemos uma denúncia da humilhação que esse senhor submeteu os educadores da escola. E nós vamos divulgar pra todo mundo saber como a educação é tratada também pelo poder judiciário. À tarde, eles enviaram um documento assinado pelo promotor recomendando o início das aulas. Já pela noite, o Corpo de Bombeiros indeferiu o laudo para funcionamento da escola, por falta de condições.
Na segunda, vamos receber os alunos que forem até a escola e explicar que faremos uma nova assembleia com a comunidade na terça-feira, para que eles novamente decidam onde e quando as aulas vão começar. É assim que temos feito. Toda a discussão que provocamos até agora só ocorreu porque a fizemos com a nossa comunidade. Os poderes executivo, legislativo e judiciário nos demonstraram tristemente que se tem alguma forma de fazer a educação sair da lama é pelo caminho que temos percorrido: com democracia, com os pais, com os alunos, com conhecimento dos direitos, com manifestação. Uma comunidade organizada e esclarecida é um problema muito maior que uma obra atrasada.
Muita gente está olhando aquela escolinha caindo aos pedaços e vê a educação pública agonizar e renascer, pulsando forte. Estamos escrevendo uma bela página da história do João Gonçalves, a última talvez, para redimi-lo de tanto abandono. E a nova escola já está inaugurada. Porque ela não é só de paredes e passarelas, é algo bem maior. Não é do cimento que vem esse orgulho que temos de ser professores nos últimos dias. Apesar de todo o descaso e humilhação. Vale a pena! Sempre achamos que valia, pelos estudantes, eles não têm culpa nenhuma. Os pais deles também não. São trabalhadores mal pagos como nós. E eles só têm a escola pública. Temos sido importantes para eles ultimamente, e humildemente temos ensinado algo muito importante para toda a sociedade. Não temos medo do poder e pressão das instituições, na sociedade que queremos construir elas é que devem se submeter à vontade do povo. Aliás, é isso o que dizem as leis desta sociedade em que vivemos.
Acompanhe também no site:
http://desacato.info/2014/03/santa-catarina-estado-fora-da-lei-viola-direito-a-educacao-publica/
Acompanhe também no site:
http://desacato.info/2014/03/santa-catarina-estado-fora-da-lei-viola-direito-a-educacao-publica/
sábado, 22 de março de 2014
Laudo Corpo de Bombeiros
Laudo do corpo de bombeiros INDEFERINDO AS ATIVIDADES na Escola velha - NO IMPEDIMENTO!
De forma IRRESPONSÁVEL a SECRETARIA DE EDUCAÇÃO convoca a volta as aulas ARRISCANDO A VIDA DOS ALUNOS E TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO!
sexta-feira, 21 de março de 2014
Governo descumpre promessa e comunidade escolar faz ato em frente a escola JOVEM DO SUL DA ILHA
Ocupando um prédio improvisado, cedido pela prefeitura, comunidade cobra do estado a entrega da nova escola. A obra se arrasta há cinco anos e deveria ter sido entregue em fevereiro, conforme audiência pública entre a SDR e a comunidade, ainda em 2013.
Em fevereiro, o prazo foi transferido para 7 de abril. Agora, foi adiado mais uma vez para 30 de abril, conforme informação do governo do Estado. A negativa dos professores e alunos em frequentar a “escola” emprestada é pela falta de condições básicas como banheiro e bebedouro. A SDR fez uma intervenção com melhorias no local durante o Carnaval, mas a comunidade alega ser insuficiente.
Uma vistoria do Corpo de Bombeiros realizada na última semana dará a palavra final sobre as condições da sede provisória, que possui apenas oito salas de aula e responde pelo ensino médio em três turnos para todo o Sul da Ilha de SC. O novo prédio terá capacidade para dois mil estudantes, absorvendo a demanda reprimida por vagas na região. Se ficar pronto até o final de abril.
Evento realizado na tarde do dia 20/03/2014.
Educação: Alunos cobram nova escola para voltarem às aulas no Rio Tavares
Comunidade do Rio Tavares, na capital, cobra a entrega de uma nova escola para os alunos que estão desde o início do ano sem aula. O sepultamento simbólico da unidade chegou a ser feito na manhã de hoje
Indignados os familiares, estudantes e professores fecharam a avenida em frente à Escola Estadual João Gonçalves Pinheiro, em Florianópolis. Há tempo as condições do prédio são questionadas pela comunidade.
Com os bebedouros e torneiras secos, a água da chuva é armazenada para a limpeza.
Problemas na estrutura do local também chamam a atenção. Na manhã desta terça-feira (18), os manifestantes chegaram a fazer o sepultamento simbólico da unidade.
Para os mais de 600 alunos que são atendidos no local, o ano letivo só deve começar quando a nova escola, que já foi prometida, for entregue.
O governo do Estado garante que a unidade, que começou a ser construída em 2009, será inaugurada no dia 7 de abril e que, até lá, o antigo prédio tem condições de receber os estudantes.
Uma reforma chegou a ser feita na escola, mas novos reparos foram exigidos pelo corpo de bombeiros que vistoriou o local ontem e, por enquanto, negou o laudo de liberação.
Uma nova manifestação está marcada para esta quinta-feira (20/03) em frente a escola.
Por Redação Band SC
Nota Pública: A comunidade Escolar contra o Descaso
Noite
chuvosa de terça-feira, 11 de Março, e 250 pessoas se reuniram no
pátio apertado da escola João Gonçalves Pinheiro para mais uma
Assembleia da comunidade. Pais e estudantes decidiram não aceitar
migalhas para esconder o descaso: as aulas só iniciam na escola
nova!
Na
assembleia anterior, a comunidade havia rejeitado fazer uma
“reforminha” no prédio que logo será demolido para a construção
de uma creche, e exigiu que esse investimento fosse feito para
acelerar a entrega da obra. O governo mais uma vez desrespeitou a
posição dos pais e alunos e iniciou a “maquiagem” durante o
carnaval, jogando mais dinheiro fora.
O governo
ordenou que as aulas iniciassem imediatamente, e ameaçou demitir os
professores temporários e recém-efetivados, apelando
desesperadamente para o assédio moral. Tudo por telefone, de forma
covarde. As Secretarias de Educação e de Desenvolvimento Regional
foram convidadas para a assembleia e não compareceram, nem
confirmaram a data de entrega da nova escola (que prometeram
publicamente para o dia 20 de Março).
Na
assembleia foi encaminhado: o ano letivo irá começar na nova
escola, no dia 31 de Março. Se esse governo não é digno de honrar
suas promessas, a comunidade tem toda a legitimidade para defender
seus direitos.
O
autoritarismo ganha novo cenário agora com o encaminhamento de um
INTERVENTOR para assumir a administração da escola e forçar o
começo das aulas, o que configura mais uma afronta à democracia e à
decisão tomada pela comunidade. Não aceitaremos essa prática
ditatorial, quem decide pela escola é quem dela se beneficia. Isso é
assegurado pela Constituição brasileira.
Os
trabalhadores da escola estão comprometidos em respeitar a decisão
coletiva. É papel do educador nesse momento estar ao lado do povo e
não aceitar esse descaso. A educação é um direito, digna de
receber todos os recursos que se fizerem necessários. Basta de
negligência e abandono.
Florianópolis,
12 de Março de 2014.
Escola de
Ensino Médio João Gonçalves Pinheiro
Nota Pública
No dia 25
de Fevereiro de 2014 foi realizada uma assembleia na EEM João
Gonçalves Pinheiro com a comunidade escolar para discutir a situação
da escola e do calendário letivo.
Estiveram presentes mais de 90 pessoas, entre pais, alunos,
trabalhadores da escola e representantes da Secretaria de Educação
e do Governo.
Após
apresentação da documentação comprovando que a condição
precária da escola era de conhecimento do Governo do Estado há
muito tempo, a comunidade foi surpreendida com a proposta do
Secretário Adjunto e da Gerente de Educação indicando mais uma
“reforminha” no prédio antigo até a inauguração da nova
escola. A reação foi imediata de todos os presentes na assembleia.
Pais e alunos revoltados repudiaram investir mais dinheiro público
num prédio que logo será demolido para a construção de uma
creche.
Diante de
tantas propostas fadadas ao fracasso, a assembleia deliberou, de
forma unânime, pelo investimento do dinheiro da “reforminha” na
aceleração para a conclusão do novo prédio. Além disso, temendo
mais um atraso na entrega, a comunidade formou uma comissão para
acompanhar o andamento da obra e marcou a inauguração democrática
do novo espaço para o dia 31 de Março. Data esta que lembra os 50
anos do golpe civil militar em nosso país, e que as práticas
autoritárias inauguradas em 1964 ainda permeiam o espaço escolar
até os dias de hoje.
A
proposta de início do ano letivo feita pelo governo é 07 de abril
de 2014. Porém a comunidade não aceitou esse prazo e estabeleceu o
dia 1º de abril como data limite para o começo das aulas na nova
escola. Para acabar com tantas mentiras e promessas, o dia 1º vem resinificando uma nova atitude da comunidade escolar, dando um
basta à politicagem e oportunismo que tanto destrói e sucateia a
educação nesse país.
Florianópolis,
26 de Fevereiro de 2014.
Comunidade
escolar EEM João Gonçalves Pinheiro
Carta de Esclarecimento à Comunidade
Há muito tempo,
enfrentamos graves problemas estruturais no atual prédio da escola.
Por várias vezes ocupamos a pauta dos jornais com reportagens que
evidenciavam todos estas situações: fiação elétrica precária,
rede de esgoto a céu aberto, estrutura do telhado comprometida,
infiltrações, cozinha inadequada, falta de sistema de combate a
incêndio. Os estudantes cadeirantes ficam impossibilitados de
utilizar os banheiros e outras dependências da escola. A falta de
estrutura mínima coloca a vida e a dignidade de adolescentes e
jovens em risco. Um verdadeiro absurdo que se arrasta há anos!
A comunidade da
escola terminou 2013 com a promessa e compromisso de que a escola
nova sul da ilha seria entregue para o início desse ano letivo de
2014. Tais compromissos foram realizados em audiência pública no
Centro Comunitário da Fazenda do Rio Tavares. Existem cópias de
áudio e vídeo da audiência.
Situação esta
conhecida por todos, inclusive pela Secretaria de Educação (SED) e
Secretaria Regional da Grande Florianópolis (SDR-Fpolis). Ao
contrário do que afirmou Eduardo Deschamps. Ora, ou o secretário é
mal assessorado ou mentiu para a população.
Iniciamos no dia 06
de fevereiro de 2014 sem sair de 2013, o ano que não terminou.
Quanto às novas instalações, nenhuma informação foi repassada: a
placa existente na frente da escola com a data de entrega foi
apagada! Em conversa com os empregados da empreiteira ficamos sabendo
que o governo não paga a empresa e por esse motivo as obras andam a
passos de tartaruga.
Por
conta da situação de risco e da falta de dignidade, a comunidade
escolar decidiu interditar a escola. Estiveram presentes
representantes da OAB/SC para observar as instalações, ouvir nossos
relatos e nos assessorar. A APP da escola encaminhou uma petição à
Justiça, solicitando a responsabilização do Estado pelo abandono e
pelo não cumprimento de prazos na entrega da obra. Decidiu-se não
iniciar o ano letivo nessa instituição, articulando um ato público
para o dia 18 de fevereiro em frente ao conselho da fazenda do Rio
Tavares, ao lado da nova escola, para esclarecer e denunciar o
descaso do Governo para com a comunidade.
Nossa luta é pela
dignidade, em primeiro lugar dos educandos, e também dos educadores,
que não se resolverá apenas com a transferência para a nova
escola, mas com o cumprimento da pauta:
- Garantia de ambiente acolhedor, saudável e acessível para TODOS os estudantes;
- Contra a “reenturmação” e pelo número máximo de 30 alunos por sala;
- 1/3 de hora/atividade para os educadores;
- Cumprimento da lei do piso salarial nacional (sem parcelamento);
- Contra a terceirização da merenda, limpeza e segurança;
- Eleições diretas para a direção, com a participação de toda a comunidade;
- Gestão democrática e autonomia didática e pedagógica para a escola, previstas no PPP;
- Contratação de bibliotecários para as escolas (algo que nunca ocorreu);
Queremos uma
política de estado para educação e não pacto de mentira e faz de
conta.
Magistério
Catarinense: uni-vos! É hora de divulgar a situação precária em
que se encontram todas as escolas públicas e mostrar como esses
problemas não são pontuais, mas sim decorrentes do abandono de um
direito fundamental para a população.
Só a coesão entre
educadores, estudantes e a comunidade pode garantir que essa situação
não se repita.
Atenciosamente,
Coletivo escolar da
EEM João Gonçalves Pinheiro.
A crise da Educação Abandonada
A
Secretaria
de
Educação
adiou
o
início
do
ano
letivo
na
rede
estadual,
alegando
ser
necessária
a
medida
em
razão
da
forte
onda
de
calor
que
atinge
a
região
nas
últimas
semanas.
É
fato
que
as
temperaturas
estão
acima
do
normal,
e
isso
por
si
só
seria
motivo
suficiente
para
postergar
a
volta
às
aulas.
Mas
na
verdade
o
adiamento
tem
outras
razões,
o
sol
forte
serve
apenas
como
pretexto.
Até
porque
todo
ano
as
aulas
iniciam
nessa
mesma
época
e
o
governador
Raimundo
Colombo
nunca
ligou
muito
para
calor,
água
suja,
desabamento,
falta
de
professor
ou
qualquer
sofrimento
desses
tão
comuns
nas
escolas
estaduais
durante
as
quatro
estações
do
ano.
As
aulas
foram
postergadas
porque
a
educação
pública
de
Santa
Catarina
está
completamente
abandonada,
em
condições
deploráveis.
Há
anos
as
escolas
carecem
de
infra-estrutura
mínima
para
receber
os
estudantes,
sejam
míseros
ventiladores
e
bebedouros
ou
material
de
higiene
e
limpeza.
Mas
em
2014
se
repete,
de
forma
ainda
mais
grave,
a
situação
absurda
de
faltarem
vagas
para
os
jovens
cursarem
o
primeiro
ano
do
Ensino
Médio.
Os
pais
têm
peregrinado
de
uma
escola
à
outra
para
matricular
seus
filhos
e
são
informados
que
todas
as
vagas
oferecidas
já
estão
ocupadas.
Em
toda
a
região
da
Grande
Florianópolis,
e
deve
ser
o
mesmo
em
todo
o
estado.
A
Secretaria
de
Educação
não
admite
publicamente
o
caos,
mas
internamente
tem
orientado
os
dirigentes
das
escolas
a
locarem
ou
emprestarem
salas,
auditórios,
galpões,
ou
qualquer
espaço
improvisado
que
sirva
para
quebrar
o
galho
do
governo.
É
um
duplo
desrespeito
ao
direito
à
educação.
Primeiro
porque
a
legislação
obriga
o
Estado
a
assegurar
vagas
no
ensino
básico
para
todos
os
jovens
em
idade/série
adequadas.
E
também
porque
essas
matrículas,
segundo
o
Estatuto
da
Criança
e
Adolescente,
só
podem
ser
oferecidas
no
período
noturno
para
jovens
que
trabalham.
Com
a
falta
de
vagas,
milhares
de
crianças
de
13,
14
e
15
anos
estão
sendo
matriculadas
à
noite,
numa
modalidade
de
ensino
que
é
precária
por
definição.
O
Governador
Raimundo
Colombo
e
o
Secretário
da
Educação
Eduardo
Deschamps
deveriam
ser
processados
criminalmente
por
essa
situação.
Dizem
estar
faltando
vagas
neste
ano
por
uma
situação
excepcional,
em
razão
do
contingente
maior
de
alunos
oriundos
do
Ensino
Fundamental
através
das
políticas
de
aprovação
automática
realizadas
no
estado
desde
2007.
Mas
na
verdade
isso
acontece
todos
os
anos,
pois
o
que
está
em
curso
é
um
nefasto
processo
de
amontoamento
de
alunos
em
sala
de
aula,
obrigando
os
professores
e
as
escolas
a
darem
conta
de
um
número
cada
vez
maior
de
estudantes
com
a
mesma
estrutura
e
os
mesmos
recursos.
Escolas
menores
das
comunidades
têm
sido
fechadas
e
os
alunos
concentrados
em
unidades
“polo”,
onde
as
salas
estão
sendo
adaptadas
para
receber
até
45
jovens.
Chamam
de
“reenturmação”
esse
crime.
Na
lógica
que
rege
o
capitalismo,
esse
procedimento
é
conhecido
como
aumento
da
produtividade.
Se
um
trabalhador
que
produz
uma
mercadoria
qualquer
(um
par
de
sapatos,
por
exemplo)
conseguir
fazer
o
dobro
no
mesmo
período
de
tempo,
então
ele
aumenta
a
produtividade
do
seu
trabalho
e,
por
conseguinte,
a
margem
de
lucro
do
seu
patrão.
É
isso
que
os
“gestores”
estão
aplicando
à
educação
pública:
não
há
porque
manter
duas
turmas
com
25
alunos
quando
é
mais
econômico
empilhar
numa
só
os
50,
sob
os
cuidados
de
um
único
professor.
Pouco
importa
que
nada
possa
ser
ensinado
em
tais
condições,
desde
que
sobre
mais
dinheiro
para
os
gestores
desviarem
para
seus
bolsos
e
para
o
setor
privado.
A
iniciativa
privada,
aliás,
é
quem
mais
se
beneficia
com
o
abandono
da
educação
pública.
Em
cada
esquina
surgem
escolas
particulares
prometendo
oferecer
uma
educação
de
qualidade
(o
que
apenas
em
alguns
casos
é
verdade),
e
muitos
pais
acabam
pagando
caro
por
um
direito
que
sabem
ser
obrigação
do
Estado,
pensando
ser
a
única
forma
de
garantir
um
futuro
melhor
para
seus
filhos.
Contudo,
para
a
maioria
dos
trabalhadores
essa
opção
inexiste.
Os
pobres
só
têm
a
escola
pública.
O
secretário
Eduardo
Deschamps
afirma
que
é
preciso
reduzir
o
número
de
professores
na
rede,
alegando
que
as
estatísticas
apontam
diminuição
da
procura
por
vagas
na
escola
pública
daqui
a
20
ou
30
anos.
É
o
cinismo
disfarçado
de
conhecimento
técnico,
pois
nunca
houve
tantos
jovens
com
idade
para
cursar
o
ensino
médio
como
atualmente.
É
desculpa
para
não
efetivar
todos
os
professores
temporários,
que
são
contratados
e
descartados
ao
final
de
cada
ano
letivo.
É
retórica
para
esconder
que
o
governo
não
garante
condições
legais
para
o
trabalho
docente,
a
começar
pelo
reajuste
salarial
irrisório
(nesse
ano
foi
de
2%
ante
uma
inflação
acumulada
de
6%
em
2013).
Os
professores
perdem
poder
aquisitivo,
mas
também
estão
perdendo
a
paciência.
O
abandono
representa
um
projeto
de
classe:
quem
está
no
poder
quer
transformar
a
educação
pública
num
grande
depósito
de
jovens.
Tentam
transferir
o
fracasso
do
modelo
social
para
os
ombros
inocentes
da
juventude.
Querem
que
a
escola
sirva
para
controlar
e
disciplinar
os
trabalhadores
do
futuro,
oferecendo-lhes
uma
formação
rasa
e
direcionada
para
a
reprodução
da
barbárie
social
que
vivemos.
Pensam
que
a
população
aceitará
passivamente
a
mercantilização
dos
seus
direitos.
Desconsideram
que
do
outro
lado
começam
a
se
recriar
as
formas
de
resistência.
Já
é
tempo
de
desmascarar
os
pactos
de
mentira
e
os
sorrisos
hipócritas.
Trabalhadores
da
Educação
da
Escola
João
Gonçalves
Pinheiro
-
Florianópolis/SC.
Publicado no dia 10/02/2014.
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